Polícia Federal cumpre mandados em operação contra tentativa de fraude de R$ 300 milhões no BNDES
30/10/2024
Ação é um desdobramento da Operação Concierge, que investiga fraudes bilionárias com fintechs que não eram autorizadas pelo Banco Central. Três ordens de prisão e duas de busca e apreensão foram cumpridas em Campinas e Hortolândia. A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) cumpre, na manhã desta quarta-feira (30), mandados de prisão, além de busca e apreensão, contra uma tentativa de fraude de R$ 300 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ação é um desdobramento da Operação Concierge, que investiga fraudes de R$ 7,5 bilhões por meio de fintechs, bancos digitais não autorizados pelo Banco Central (Bacen) para operar no sistema financeiro internacional.
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De acordo com a PF, a investigação começou a partir de documentos apreendidos na Operação Concierge, deflagrada em 28 de agosto. Durante a análise, a corporação constatou que, dias antes, uma das fintechs protocolou um pedido de financiamento no BNDES para a aquisição de um banco autorizado pelo Bacen.
PF de Campinas deflagrou operação contra fraudes no BNDES nesta quarta
Divulgação/Polícia Federal
No total, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva em Campinas e outros dois de busca e apreensão - sendo um na metrópole e um em Hortolândia (SP). O material apreendido e os presos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal de Campinas.
O pedido de financiamento ao BNDES foi feito, segundo a Polícia Federal, com documentos falsos produzidos pelo dono da fintech junto com um contador e um lobista que seria o responsável por tentar a aprovação junto à instituição federal. A solicitação foi negada dias depois da Operação Concierge ser deflagrada.
Os investigados vão responder por falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, obtenção de financiamento mediante fraude e advocacia administrativa. As penas somam 25 anos de prisão.
O nome da nova operação, "Wolfie", é uma referência à forma que um dos investigados se referia ao lobista.
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Operação Concierge
A investigação apontou que as fintechs, com sede em Campinas , fizeram transações suspeitas sem que os bancos notificassem os órgãos de controle. Além disso, diz que, ao não controlarem as transações de pessoas físicas, os bancos descumpriram regras do setor bancário e facilitaram o cometimento de crimes.
🔎 Fintech – combinação das palavras “financial” (finanças) e “technology” (tecnologia), em inglês – é o termo utilizado para descrever instituições que usam tecnologia para oferecer serviços e produtos digitais no mercado financeiro.
A organização criminosa investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Concierge é suspeita de lavar dinheiro do tráfico de drogas e esconder valores para a UPBus, empresa de ônibus suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação
A Operação Concierge foi deflagrada na manhã do dia 28 de agosto. Foram feitas 14 prisões nas casas dos investigados em Campinas (SP), São Paulo (SP), Ilhabela (SP), Sorocaba (SP) e Americana (SP). Entre os presos, estavam os CEOs da fintechs Inovebanco e T10 Bank. Eles foram soltos pela Justiça posteriormente.
Patrick Burret, CEO do Inovebanco, e José Rodrigues, fundador do T10 Bank
Reprodução
As apreensões ocorreram em vários estabelecimentos, incluindo lojas de veículos. A Justiça ainda autorizou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.
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Sob escolta, carros de luxo apreendidos foram levados ao longo do dia para o pátio da PF em Campinas e para um estacionamento alugado pela corporação. São utilitários esportivos e carros esportivos de marcas, como Porsche, Land Rover, BMW, Volvo e Mercedes-Benz.
Ainda de acordo com a PF, os agentes também apreenderam joias, relógios e centenas de máquinas de cartão de crédito, além de documentos, celulares e computadores.
Defesas
À época da operação, o advogado do sócio do T10 bank afirmou que a atividade da empresa estava regular e nunca houve, por parte dos gestores, qualquer irregularidade.
A defesa do CEO da Inovebank também afirmou que vai demonstrar, ao longo do processo, que as operações da instituição são lícitas.
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