PF faz buscas em investigação sobre fraude que filiou Lula ao PL, partido de oposição ao governo
30/10/2024
Suspeito inseriu informações pessoais de Lula em formulário no site do PL; funcionário do partido validou cadastro, aponta investigação. Fraude teria acontecido em julho de 2023. Lula em foto de arquivo
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Policiais federais fazem buscas no Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (30), como parte de uma operação que investiga a filiação fraudulenta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal, em julho de 2023.
O partido faz oposição ao governo atual e tem entre seus filiados o ex-presidente Jair Bolsonaro. A falsa filiação foi comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e revertida ainda no ano passado.
A PF não divulgou detalhes sobre o alvo das buscas, e nem a cidade em que o mandado foi cumprido.
Segundo a PF, a apuração até aqui já indicou que não houve uma invasão hacker ao Sistema de Filiação Partidária, mas sim, a inserção de dados falsos nos formulários regulares de filiação.
Após fraude filiar Lula ao PL, TSE passa a exigir dupla confirmação em sistema de filiação partidária
A Polícia Federal informou ainda que também investiga a atuação de um "funcionário do Partido Liberal" que teria realizado a "etapa de moderação" do cadastro – ou seja, confirmado as informações recebidas no formulário fraudado.
Na época da filiação falsa, o TSE já havia confirmado à TV Globo que a fraude tinha usado a senha de uma advogada do PL para acessar o sistema e inserir o cadastro falso de Lula.
Segundo a PF, o suspeito de fraudar o sistema acessou o formulário digital no site oficial do próprio PL e inseriu diversas informações pessoais de Lula, já durante o atual mandato de presidente.
"[...] Entre elas, dados pessoais, políticos, selfie, upload de documentos, endereço e dados de contato como telefone e e-mail, além de confirmação dos dados e aceitação dos termos de uso – com a finalidade de iniciar o processo", diz a polícia.
Ainda de acordo com a PF, os investigados podem responder por invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade.
O inquérito ainda tenta descobrir se os envolvidos cometeram outras fraudes do mesmo tipo, e com qual intenção.