Ministra Anielle Franco revela resposta brutal que ouviu de PM ao chegar no local onde Marielle foi assassinada
30/10/2024
Assassinos da vereadora começam a ser julgados nesta quarta-feira (30). Anielle Franco postou foto ao lado de Marielle Franco no dia 23 de julho de 2023, quando a vereadora assassinada completaria 44 anos
Anielle Franco (@aniellefranco)/X
Mais de meia década após o mais grave atentado político do século, os assassinos de Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, vão a júri popular nesta quarta (30). O g1 transmite o julgamento ao vivo.
A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco relembrou o dia da morte da irmã, 14 de março de 2018, em entrevista ao podcast O Assunto.
"Pego o carro , saio e vou ao local do crime. Consigo chegar relativamente perto e ver a mão da minha irmã para o lado de fora do carro com o rosto e a cabeça bem desconfigurados. Não me deixam chegar perto", relata a ministra em conversa com Natuza Nery.
Anielle relembra ainda a resposta brutal que recebeu da polícia ao perguntar se a irmã havia sido vítima de um assalto.
"Recebi uma resposta muito inusitada que, naquele momento, foi um choque de realidade: 'Não, não está com cara de ter sido um assalto. Também, ela estava falando mal de um monte de gente no Twitter', inclusive da PM."
O assassinato da vereadora envolve os seguintes réus:
os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime;
o delegado Rivaldo Barbosa, que seria o mentor do assassinato;
o ex-policial militar Robson Calixto, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão e que, de acordo com as investigações teria ajudado a dar sumiço na arma do crime;
e o Major Ronald Paulo Alves Pereira encarregado de monitorar a rotina da parlamentar, segundo a delação de Ronnie Lessa.
Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa, que começam a ser julgados hoje, foram presos dois dias antes do crime completar um anos, Além da vereadora, que levou quatro tiros na cabeça, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu.
Fernanda Chaves estava no banco de trás e foi atingida por estilhaços.
Os bandidos – Lessa e Queiroz – estavam em Cobalt prata e seguiram Marielle desde a Casa das Pretas, na Lapa, onde ela participara de um evento em uma distância de cerca de 4 quilômetros. A dupla emparelhou ao lado do veículo onde estava a vereadora e disparou, fugindo sem levar nada.
Marielle foi atingida por quatro tiros, sendo três na cabeça e um no pescoço, enquanto, Anderson levou três tiros nas costas. Fernanda Chaves sobreviveu, sendo atingida apenas por estilhaços.
Anielle: Maior justiça seria ter Marielle aqui
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto